quarta-feira, janeiro 26, 2011

É O BLOG VOLTANDO A ATIVA

Aê meu povo, o blog deu uma parada ( bem longa por sinal), mas já estamos na ativa denovo. É só esperar por novas atualizações.




Postado por: Iago Rodrigues

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Quarto Cinepreparação

Nosso quarto cinepreparação tratou do preconceito racial. Assistimos o filme "Pantera Negra", que trata de um movimento ocorrido nos Estados Unidos, onde os membros buscavam seus direitos, e um deles era a presença de um semáforo pois a pouco a falta de um trouxe a morte de um morador do bairro.

Um dos mais marcantes atos do filme, é a venda de livros sobre o socialismo, pois isto mostra o interrese do povo em querer algo mais organizado, com uma teoria. Temos também a parte em que os membros  entram na assembleia junto aos senadores, direito aceito na constituição, que na prática não é aceito.

Depois, tivemos a presença de Davi Amen como palestraste, que trabalha a nove anos no Instituto Raízes em Movimento  presente no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro. Ele contou da sua experiência na instituição, e todas as adversidades que passou. Falou também sobre as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que acontecem no complexo. Alertou sobre as diferenças que a sociedade trata uma pessoa branca e uma negra, e que os tratamentos são diferentes.

sexta-feira, novembro 05, 2010

VERACEL, depois leia a próxima matéria sobre financiamento da campanha da Marina Silva

Leia abaixo a nota divulgada pelo Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia (Cepedes):

Mais uma vez, a Veracel Celulose (da suecofinlandesa Stora Enso e da Fibria – ex-Aracruz Celulose), uma empresa certificada pelo selo verde do FSC por seu suposto ‘manejo florestal sustentável’, foi condenada pela Justiça brasileira. Numa decisão, datada de 29 de setembro de 2009, o Juiz Otaviano de Souza Sobrinho, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, decidiu acatar um pedido de liminar proposto pelo Ministério Público Estadual na Ação Civil Pública 2497100-2 2009, contra a empresa Veracel Celulose e autoridades ambientais da Bahia.

O Juiz decidiu que o Instituto de Meio Ambiente (IMA) e o Conselho de Meio Ambiente (CEPRAM) da Bahia não podem mais conceder novas licenças para a Veracel para o plantio de eucalipto no município de Eunápolis até que seja concluída uma Avaliação Ambiental Estratégica e implementada um zoneamento ecológico e econômico do município, podendo inclusive significar a retirada de eucaliptos de áreas excedentes, ou seja, áreas que não serão indicadas para o plantio de eucalipto.

Para determinar o limite máximo no município de Eunápolis de 20% de plantio de eucalipto, conforme o condicionante 1.239 de 1996, sendo plantio próprio da empresa e também o plantio terceirizado através do chamado ‘fomento’, o Juiz determinou que apenas as terras agricultáveis fossem consideradas e não toda a área do município, como era a lógica da Veracel e das autoridades. Ou seja, o Juiz mandou excluir as áreas urbanas, as áreas de reserva legal e de preservação permanentes.

O Juiz determinou ainda que os órgãos competentes façam uma avaliação ambiental estratégica conforme as necessidades do município em termos da expansão das atividades ‘agropecúarias, com ênfase nas atividades de agricultura de subsistência’, mostrando uma real preocupação com a segurança alimentar do município. Também pediu para que fossem considerados os impactos sobre os recursos hídricos do plantio do eucalipto e da cana-de-açúcar, e apresentadas soluções e formas de reduzir esses impactos. Decidiu ainda que sejam divulgados o nome e a qualificação das empresas que assumirão a tarefa de realizar essa avaliação ambiental estratégica.

Mas não é só isso. O juiz ainda determinou que é preciso um acompanhamento ‘a cada corte’ da área total permitida para o plantio para a Veracel, conforme a licença que permite um máximo de 96 mil hectares. O juiz baseia essa determinação numa constatação do próprio IMA, de que existem 37 mil hectares de ‘plantio clandestino’, sem falar dos plantios do fomento, ‘que estão regulares ou ilegais, os quais conduzem ao enriquecimento ilícito da aludido empresa, por meio de aquisição de matéria prima de origem ilícita (..), com enormes prejuízos para o meio ambiente’.

O juiz determina ainda que o CEPRAM cobre recursos financeiros da Veracel como compensação ambiental pelo plantio de eucalipto ‘autorizado aleatoriamente’, para ser usado para criação de unidades de conservação, e para que reveja o licenciamento ambiental do fomento, propondo uma gestão solidária entre fomentado e empresa. A empresa é proibida de plantar mais eucalipto até a ‘adequação das áreas que lhe foram legalmente licenciadas’.

Por fim, determinou também que o Banco do Brasil e o BNDES não liberem novos recursos para o plantio de eucalipto no município de Eunápolis que tenha como beneficiária a Veracel.

Numa única decisão, este juiz estadual resumiu uma série de impactos negativos do plantio de eucalipto em larga escala, denunciada por tantos anos pelas comunidades locais afetadas, por movimentos sociais e ONGs. São impactos como a concentração de terras, sobretudo terras agricultáveis, causando expulsão de moradores, colocando em risco a segurança alimentar e provocando ainda impactos negativos sobre os recursos hídricos. Nem o próprio Estado tem controle sobre a quantidade de terras que a empresa tem. E tudo isso tem sido financiado com dinheiro público do BNDES,e a empresa tem ganhado selos verdes supostamente ‘sustentáveis’, por exemplo, do FSC. Tudo isso em função da busca do lucro, ou em palavras do próprio Juiz, do ‘enriquecimento ilícito’.

Esperamos que essa decisão contribua para que muitos que se deixam iludir por este tipo de projeto acordem e comecem a lutar por um outro projeto para o Extremo Sul da Bahia, que valorize outras formas de melhoria de vida da população, baseada na pequena agricultura, na segurança alimentar, na agro-ecologia, na Reforma Agrária, nos pequenos empreendimentos, na busca de inclusão dos milhares que foram perdendo seus futuros com este projeto de eucalipto para celulose de exportação.

Eunápolis, 5 de outubro de 2009

CEPEDES

Marina Silva recebeu R$ 3 milhões de setores poluidores

A campanha da senadora Marina Silva (AC), candidata derrotada do PV à Presidência da República, recebeu R$ 3 milhões em doações de segmentos poluidores, como os de metalurgia, mineração, papel e celulose, fertilizantes e cana-de-açúcar. Dentre os outros setores contribuintes se destacam o bancário e o de construção, que somaram mais R$ 6 milhões ao montante.

Empresas como Cosan (uma das maiores produtoras mundiais de cana-de-açúcar), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Suzano Papel e Celulose, Klabin e Bunge, entre outras relacionadas a atividades poluentes, financiaram 12,5% dos R$ 24,1 milhões arrecadados para a campanha da candidata verde.

Marina teve grande parte de sua agenda política pautada pela causa ambiental. Defendeu a criação de uma agência nacional para prevenção de desastres ambientais e o veto às mudanças no Código Florestal que favoreceriam desmatadores, entre outras propostas.

De acordo com sua assessoria, o principal motivo das doações desse tipo de empresa é o modelo vigente de financiamento de campanhas, que obriga os candidatos a arrecadarem em curto prazo. Só temos três meses para arrecadar os fundos de campanha. Não dá para pedir atestado de 100% de excelência, explica o assessor Nilson de Oliveira. Não foi firmado nenhum tipo compromisso com as empresas financiadoras.

Segundo ele, os únicos critérios de exclusão se estenderam às empresas de fumo e de armamento. As condições não permitem criar muitas outras barreiras. Ainda de acordo com Oliveira, as doações de pessoas físicas pela internet chegaram a R$ 169,2 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



segunda-feira, novembro 01, 2010

Juventude militante


Juventude - 02/08/2010 14:48

Por Marianna Araujo

Eric tem 15 anos e é morador da Maré, no Rio de Janeiro. Ele faz parte de um grupo de adolescentes que vem se reunindo na sede da Redes de Desenvolvimento da Maré para discutir questões que dizem respeito ao cotidiano da comunidade. O grupo do qual Eric faz parte é um desdobramento da Consulta Livre da Maré , uma das etapas da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), que previa encontros comunitários com o intuito de levantar sugestões para as diretrizes da Conseg.


O garoto conta que participou da Consulta Livre com a intenção de se informar sobre segurança e violência, questões presentes na sua comunidade. “ É importante saber o que está acontecendo para a gente melhorar as coisas por aqui”, afirma. Eric é um exemplo de um adolescente, que apesar da pouca idade, se interessa por política e já se mobiliza por ela. No entanto, ele ainda não pode votar. “Se eu tivesse 16 anos escolheria bons candidatos que trabalhassem para mudar aquilo que precisa ser mudado”, conta.

Danilo Moreira, presidente do Conjuve
Danilo Moreira, presidente do Conjuve
O jovem morador da Maré contraria a visão daqueles que consideram a juventude brasileira apática ou desmobilizada. Danilo Moreira, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), considera que esse entendimento se baseia na redução do alistamento eleitoral de jovens entre 16 e 17 anos. “Não existe nenhum dado, pesquisa ou estudo que afirme que o nível de participação dos jovens é menor que o de outros segmentos da sociedade. Qual a base comparativa dessa afirmação? Não há”, afirma.

A opinião de Danilo coincide com o entendimento de Márcio Gomes, morador da Cidade de Deus e militante desde a adolescência. “Não acho que a despolitização é um problema dos jovens. Há uma despolitização em todas as idades e isso é resultado de um processo histórico. A consciência política nunca foi estimulada no Brasil”, diz. Márcio hoje tem 26 anos e sua história demonstra como a inserção política pode se dar de formas variadas. “Comecei a militância através da Igreja Católica. Depois participei da Pastoral de Favelas, onde discutia sobre políticas públicas, saneamento básico, infraestrutura. Até que comecei a trabalhar na Associação Semente da Vida da Cidade de Deus (ASVI)”, conta.
Ainda que não participem diretamente nos espaços reconhecidos como do domínio da política, os jovens demonstram participar de determinada esfera pública ao buscarem informações sobre a atividade política

Considerar a participação da juventude na política apenas a partir dos números de emissão de títulos de eleitores parece mesmo incapaz de apreender as múltiplas formas de mobilização dos jovens. Os casos de Eric e Márcio são exemplos e de acordo com a pesquisa “Juventude Brasileira e Democracia: participação, esferas e políticas públicas”, realizada pelo Ibase e pelo Instituto Polis, há muitos jovens brasileiros como eles.

O relatório final da pesquisa revela que "a maioria dos jovens entrevistados demonstra interesse pelos assuntos da política. Ainda que não participem diretamente nos espaços reconhecidos como do domínio da política, eles demonstram participar de determinada esfera pública ao buscarem informações sobre a atividade política". Entre os entrevistados, 65,6% se dizem interessados por política e 8,5% se consideram politicamente atuantes. Outro dado relevante é que a participação em grupos, como aconteceu com Márcio Gomes, é uma experiência vivida por 28,1% dos jovens e 18,5% deles afirmaram já ter participado “de algum movimento ou reunião para melhorar a vida do seu bairro ou da sua cidade”.


Mobilizados para mudar a realidade
Se é verdade que menos jovens com idade inferior a 18 anos irão votar em outubro, também é correto afirmar que é cada vez maior o número de questões que os mobiliza. Danilo Moreira destaca a experiência da campanha pela aprovação da PEC da Juventude. “Na campanha da PEC, hoje Emenda Constitucional 65, pudemos ter uma mostra do potencial dessa juventude. Todo o Conjuve, além de entidades estaduais e municipais, mobilizou-se via twitter, telefone, e-mail e reuniu-se com senadores criando uma verdadeira pressão política em favor da garantia de direitos constitucionais à juventude”, conta.

A pesquisa do Ibase e do Instituto Polis reafirma a diversidade das lutas da juventude brasileira. O relatório lista os temas que os jovens apontaram como suas principais preocupações e questões relacionadas à violência, segurança e criminalidade apareceram com frequência. Elas ocupam a primeira ou a segunda colocação em todas as regiões pesquisadas e de acordo com o texto isso “sugere que eles(as) possuem consciência dos riscos a que se encontram expostos(as)”. Os temas que se seguem como mais citados são trabalho, educação e desigualdade social, evidenciando a disposição dos jovens em pensar sobre os problemas que afetam a população. Nesse contexto, Danilo Moreira lembra que a juventude está entre os segmentos mais capazes de trazer mudanças a uma sociedade e diz acreditar que temos um bom nível de engajamento dos nossos jovens. “Poderia ser bem maior, mas de algum modo os jovens estão participando mais, se envolvendo mais. A 1ª Conferência Nacional de Juventude, que envolveu mais de 400 mil jovens para debater as políticas públicas de juventude do país, é um bom exemplo de como limites podem ser superados”, conclui.

Preocupar-se com a realidade do país é um bom caminho para começar a se fazer política. A inquietação pode motivar o engajamento com a transformação, como aconteceu com Márcio Gomes. “Tenho a impressão que isso nasceu comigo. O que eu via na televisão não era a realidade que eu vivia. Uma vez, quando criança, tive que ir à Zona Sul e vi que as ruas eram direitinhas, arrumadinhas. Me perguntei: por que onde eu moro é essa bagunça? Se a Carta Maior prega que todos são iguais, por que então só uns tem seus direitos garantidos? Por que poucos têm muito e muitos têm pouco?”, questiona Márcio.

Acesse a pesquisa “Juventude Brasileira e Democracia: participação, esferas e políticas públicas”

FONTE: http://www.observatoriodefavelas.org.br/observatoriodefavelas/noticias/mostraNoticia.php?id_content=871


domingo, outubro 31, 2010

Juventude e política


Por Cecília Olliveira

Em sentido horário: Victoria Oliveira, Karlla Rodrigues, Luan Ferreira e Tamiris Neves. Foto: Francisco Cesar – Imagens do Povo

Em sentido horário: Victoria Oliveira, Karlla Rodrigues, Luan Ferreira e Tamiris Neves. Foto: Francisco Cesar – Imagens do Povo

Pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgada recentemente revelou que o número de eleitores brasileiros com idade entre de 16 e 17 anos teve redução pela primeira vez em uma eleição presidencial desde 1998. Dos 135,8 milhões de pessoas que irão votar nas eleições deste ano, 2,39 milhões são jovens entre 16 e 17 anos, que não são obrigados a ir às urnas e representam 1,7% do total de eleitores inscritos no país para as eleições de 3 de outubro. Esse índice é o menor das três últimas eleições.

No Rio de Janeiro, o panorama não é diferente, mas iniciativas como a da União Jovens da Maré (UJM), têm feito a diferença na vida dos participantes, se estendendo por toda a favela. “Somos o próximo futuro. Discutimos lazer, educação, segurança pública”, diz a estudante Tamiris Neves, uma das adolescentes que compõem a UJM, que tem cerca de 30 jovens com idade entre 14 e 16 anos, moradores do conjunto de favelas da Maré e estudantes da rede local de ensino. “Eles tem necessidade de fazer algo mais. Não querem ficar só na teoria. Eles pensam: ‘O que podemos fazer pra mudar?’”, explica Rodrigo Malvar, professor de História do Curso Preparatório da Redes de desenvolvimento da Maré e um dos idealizadores da União dos Jovens da Maré.

A UJM nasceu num movimento espontâneo a partir das discussões feitas em sala de aula, a principio, sobre as políticas de segurança pública como preparação para a participação dos alunos em uma consulta livre, como parte do ciclo de reuniões que compôs as etapas preparatórias para a 1ª Conseg , realizada no Centro de Artes da Maré. Assuntos como os muros, educação, lutas de classes sociais também foram entrando na pauta. Hoje a mobilização é voltada para o projeto “A Maré que Queremos”, onde o grupo representa a juventude nas discussões. “Não queremos só discutir em sala de aula. Queremos passar o que ouvimos e falamos para o nosso espaço”, diz a jovem Victoria Oliveira.

O “Maré que Queremos” articulado pela Redes, tem o objetivo de elaborar um projeto estruturante para o bairro e será discutido com a Prefeitura e governo do Estado. Ele será a base para uma discussão mais ampla na região com o intuito de mobilizar os moradores para um processo de transformação do bairro num local como qualquer outro bairro da cidade, com qualidade de vida e direitos respeitados.


fonte: http://prvl.org.br/noticias/juventude-e-politica/
Manifesto dos professores universitários pelo Voto Nulo







• Nesta eleição a direita – entendida como a representação da grande burguesia –não está representada apenas por Serra, mas também por Dilma. No Brasil, as grandes empresas estão divididas nas eleições. Um setor apóia Serra, o que é mais do que evidente nas empresas de TV e nos principais jornais. Mas a maioria do grande capital, no entanto, que inclui os banqueiros, as multinacionais, os governos imperialistas, apóia política e financeiramente as duas campanhas.

As duas são financiadas pela grande burguesia. A campanha de Dilma arrecadou bem mais que a de Serra, até agora. O dólar se manteve estável nas eleições, estando abaixo de R$ 1,70. Todos nos lembramos do dólar perto dos R$ 4 nas vésperas das eleições de 2002, quando a burguesia ainda temia o que podia ser o governo Lula. Agora o grande capital confia no PSDB... e no PT.

Votar Dilma ou Serra é manter o plano econômico neoliberal aplicado por FHC e continuado por Lula. É manter bloqueada a reforma agrária, como aconteceu no governo FHC e também no de Lula. É aceitar a ocupação militar do Haiti defendida por Dilma e Serra.
Votar em Serra seria votar junto com FHC, Cesar Maia, Yeda Crusius, velhas figuras da direita desse país. Votar em Dilma seria votar junto com Maluf, Collor, Sarney, Jader Barbalho, outras velhas figuras da mesma direita.

Não existe um “mal menor” nesse segundo turno. Votar em Dilma ou Serra vai fortalecer um deles para atacar com mais força os direitos dos trabalhadores. Um governo do PSDB ou do PT vai atacar duramente os trabalhadores quando a crise econômica internacional chegar novamente ao Brasil. Tanto um como outro já anunciaram sua disposição de aumentar a idade mínima para a aposentadoria. Cada voto dado em Dilma ou Serra é uma força a mais que eles terão para aplicar uma nova reforma da Previdência.

Cada voto dado em Dilma ou em Serra ampliará a força do novo governo eleito para atacar os trabalhadores. Não se pode esquecer a crise econômica internacional que se avizinha. Não é por acaso que tanto Dilma quanto Serra já manifestaram que vão implementar uma nova reforma da Previdência assim que eleitos.

Cada voto nulo nesse segundo turno significará menos força para o governo eleito. Foi impossível para a luta dos trabalhadores nessa conjuntura romper a falsa polarização eleitoral entre as duas candidaturas. Mas é necessário expressar nossa rejeição às duas alternativas patronais em disputa. Não serão eleitos em nosso nome.

Assinam esse manifesto:

1. Abraão Penha (DCET-I/UNEB)
2. Alessandro de Melo (Universidade Estadual do Centro-Oeste)
3. Alvaro Bianchi (IFCH/Unicamp)
4. Angela Santana do Amaral (UFPE)
5. Anita Handfas (UFRJ)
6. Antonio Rodrigues Belon (CPTL/UFMS)
7. Carlos Zacarias de Sena Júnior (FFCH/UFBA)
8. Cecília de Paula (FACED/ UFBA)
9. Claudia Durans (UFMA)
10. Cristiano Monteiro (Unianchieta-SP)
11. Cristina Paniago (UFAL)
12. Daniel Romero (IFBA)
13. Danilo Enrico Martuscelli (UFFS/Campus Chapecó)
14. Deribaldo Santos (FECLEC-UECE)
15. Edmundo Fernandes Dias (professor aposentado IFCH/Unicamp)
16. Elizandra Garcia da Silva (ICSZ/UFAM)
17. Fábio José C. de Queiroz (URCA)
18. Fernando Frota Dillenburg
19. Flavio Bezerra de Farias (UFMA)
20. Francisco Augusto Silva Nobre (DF-URCA/CE)
21. Francisco Mata Machado Tavares (UFFS/Campus Chapecó)
22. Frederico Costa (FACEDI/UECE)
23. Geraldo do Nascimento Carvalho (UFPI/Campus Floriano)
24. Gonzalo Rojas (UACS/UFCG)
25. Hajime Takeuchi Nozaki (UFMS/Campus Três Lagoas)
26. Hector Benoit (IFCH/Unicamp)
27. Henrique Carneiro (FFLCH/USP)
28. Itamar Ferreira (FEM/Unicamp)
29. Ivo Tonet (UFAL)
30. Jadir Antunes (Unioeste)
31. José Antônio Martins (UFSC)
32. José Gonçalves de Araújo Filho (DEPRO-URCA/CE)
33. José dos Santos Souza (UFRRJ)
34. José Vitório Zago (professor aposentado –IMECC/UNICAMP)
35. Joselito Almeida (DEDC-II/UNEB)
36. Lelita Oliveira Benoit (CUSC/SP)
37. Lorene Figueiredo (Educação/UFF)
38. Luiz Fernando da Silva (Unesp/Bauru)
39. Marcelo dalla Vecchia (Universidade Federal de São João del-Rei/MG)
40. Marcelo Barreto Cavalcanti (CE/UFPE)
41. Márcio Naves (IFCH/Unicamp)
42. Maria Amélia Ferracciú Pagotto (rede particular de ensino superior)
43. Maria Cecília de Paula Silva (FACED/UFBA)
44. Maria Cecília Garcia (professora aposentada Mackenzie)
45. Maria Celma Borges (UFMS-Campus de Três Lagoas)
46. Maria Norma Alcântara Brandão de Holanda (UFAL)
47. Menandro Ramos (FACED/UFBA)
48. Nelson Prado Alves Pinto (IE/Unicamp)
49. Patrícia Maia (Unisa)
50. Paulo-Edgar Almeida Resende (PUCSP)
51. Raquel Dias Araujo (CED/UECE)
52. Roberto della Santa (CeCa/UEL)
53. Rodrigo Dantas (UnB)
54. Rodrigo Duarte Fernandes dos Passos (UFPI)
55. Rodrigo Ricupero (FFLCH/USP)
56. Ruy Braga (FFLCH/USP)
57. Sílvio Camargo (IFCH/Unicamp)
58. Valério Arcary (CEFET/SP)
59. Vitor Wagner Neto de Oliveira (CPTL/UFMS)
60. Zuleide Fernandes de Queiroz (URCA)


[ 25/10/2010 13:26:00 ]

BRASIL DE FATO E O APOIO A DILMA

José Arbex Jr. renuncia a conselho do Brasil de Fato

Leia a carta de José Arbex Jr., em que renuncia ao conselho editorial do Brasil de Fato:

“Car@s

Acabo de ler a versão virtual da tiragem especial sobre eleições.

Tenho dois comentários e algumas considerações:

1. Tecnicamente, o jornal atingiu o auge. A apresentação está tecnicamente perfeita, bonita, agradável, acessível.

2. Politicamente, o jornal também atingiu o auge, no sentido de ter chegado a um limite: não se trata mais de um jornal, mas sim de um panfleto especial sobre as eleições. Para mim, isso significa a morte do jornal Brasil de Fato e o nascimento oficial de mais um órgão chapa branca. Um órgão tecnicamente perfeito, mas politicamente subordinado ao lulismo.

Sem entrar no mérito das posições, é conhecido o fato de que vários setores da esquerda não apoiam a candidatura Dilma, embora sejam contrários à candidatura Serra. Plínio de Arruda Sampaio, por exemplo, acaba de lançar um manifesto propondo o voto nulo. Eu mesmo me manifestei contrário ao apoio a Dilma, embora não tenha defendido o voto nulo. E a posição dos companheiros da Refundação Comunista é favorável ao voto em Dilma, mas com todos os “mas”, “senões” e “talvez” que desaparecem da edição especial: o lema da Refundação, se não estou enganado, é: “derrotar Serra nas urnas e a Dilma nas ruas”, o que está longe de transformar Dilma em ícone da redenção nacional (coisa que a edição especial faz, na pratica, sem o menor pudor).

O jornal Brasil de Fato, obviamente, só considera digna de publicação no especial sobre as eleições a posição que apoia explicitamente a candidatura Dilma. O jornal Brasil de Fato, ao fazê-lo, pratica a mesma operação que Altamiro Borges corretamente critica na própria edição especial, só que inverte o sinal: o Brasil de Fato se torna um palanque para a Dilma, precisamente como a “grande mídia” é um palanque de Serra. Pior ainda: ao considerar legítima e merecedora de publicação apenas uma determinada posição, descartando liminarmente todas as outras que existem no interior do Conselho Editorial, o jornal passa a impressão pública (exposta em 2 milhões de exemplares) de que há uma unanimidade no interior do conselho: trata-se de uma prática sórdida e bem conhecida, consagrada na época que um certo Josef comandava o regime de terror na URSS.

Diante disso, minha posição na Conselho Editorial se torna insustentável. Sei que ocorreu algo semelhante em 2006, mas voltei a integrar o jornal, na época, por considerar que o MST era muito maior, muito mais importante, muito mais vital do que eventuais divergências. Só que a situação agora é qualitativamente nova. O jornal Brasil de Fato transformou-se num planfletão lulista, e isso marca – na minha opinião, obviamente – reflexo de um processo de desmantelamento histórico do MST e de ruptura de uma boa parte da esquerda com sua própria história e princípios éticos. Trata-se de uma debandada tão grande e imunda que permite, entre outras coisas, que lideranças da “esquerda” declarem sem ruborizar o seu apoio ao agronegócio, à aliança com os neocompanheiros José Sarney e Michel Temer e o acobertamento cúmplice e conivente de manobras sórdidas nos corredores palacianos.

Já abordei várias vezes esse tema em reunião do Conselho Editorial e nunca fui levado suficientemente a sério. O MST, que era – sempre na minha opinião – o último grande bastião de resistência à cooptação oficial, está claramente sendo triturado pela máquina do Estado terrorista brasileiro, agora operada pelo lulismo. E tudo em nome do… “combate à direita”! A frase “Dilma não é o governo dos nossos sonhos, mas Serra é o governo de nossos pesadelos”, que consagra a posição editorial assumida pelo jornal, pode ser um bom achado de marketing, um ótimo recurso de oratória, uma bela saída para escapar de um dilema político. Mas se o critério for a boa oratória, que se convoque então Carlos Lacerda. Ele tem ótimas lições a dar nesse campo.

Não vou ser cúmplice disso. Nesse mesmo sentido – e embora não seja essa lista o palco para esse debate – coloco em questão a legitimidade de minha permanência à frente da Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes (e por isso envio esta carta com cópia à diretoria da AAENFF, a quem peço que remete ao conjunto de seus associados). Encaminho também a algumas outras listas, para que se marque publicamente a minha ruptura com esse trágico desfecho.

Aos vencedores, as batatas.

Abs,
José Arbex Jr.”