sexta-feira, agosto 27, 2010

Educação Bancária e Educação Libertadora


"O analfabetismo é um problema social e não educacional, ou resolvemos a miséria da população ou não tem sentido lutar contra o analfabetismo. " Paulo Freire
Em uma de nossas aulas, nosso professor de História Rodrigo Malvar, pediu para que a turma se dividi-se em grupos para que pudéssemos discutir sobre Educação Bancária e Educação Libertadora.

Chegamos à conclusão de que a educação bancária é aquela que o educando recebe o conteúdo necessário, não tem o direito de opinar, entre outros. Já a Educação Libertadora seria aquela em que o educador ensina e também é ensinado pelo educando, onde as aulas são diversificadas.
Discutimos também sobre outros questionamentos do professor. Um deles foi o qual seria a razão dos 1200 jovens da Maré não irem para a escola. A maioria das respostas dos grupos foram:

- Os jovens ficariam em casa para ajudar na criação dos irmãos, e os responsáveis (na maioria dos casos, a mãe) sairia para trabalhar e sustentar a casa.
- Não vão para escola para trabalhar, e deste modo ajudar a família.
- Entram para o tráfico em busca de uma renda.
- Gravidez de jovens na adolescência.
- Influência de amigos.

Uma outra pergunta feita foi, de mesmo em âmbito escolar, por que saem? As respostas foram:

- A falta de apoio familiar nas tarefas.
- Problemas de aprendizado.
- Uma educação precária, onde os professores não dão a importância aos alunos, e sim, apenas para seu remuneração.
- A falta de diversidade nas aulas.

Definimos metas para o projeto "A Maré que queremos", como a capacitação dos profissionais da educação, usando a educação libertadora, ajuda nas escolas, com assistência social para as famílias e atividades sociais para as famílias.

"Tirinha" retirada: http://tailinehijaz.wordpress.com/, em 27/08/2010
Por: Tamiris Neves

terça-feira, agosto 17, 2010

Cine Preparação




Depois de um período sem o evento, nosso segundo Cine Preparação acontecerá no 21, com o horário de início para o meio dia, na REDES de Desenvolvimento da Maré.

Como ocorreu no primeiro, iremos ver um documentá rio que envolve um tema que encaixe o público, e que também tenha haver com a nossa realidade enquanto moradores da comunidade. Veremos, desta vez o documentário Brasil, 8069, que fala sobre o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

O nome 8069, é referente a Lei criada pelo governo brasileiro em 13 Julho de 1990 que é empregada à crianças e adolescentes (crianças de onze anos ainda incompletos, e de adolescentes de doze aos dezoito anos).

Professor Ernani falando sobre o ECA.

Contamos com a sua presença! Caso interessado, segue o link do site do governo brasileiro que fala sobre a Lei 8069.
http:www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm

Por: Tamiris Neves


segunda-feira, agosto 16, 2010

Espaço jovem

Quem somos nós? O que nós queremos?
Essas perguntas são fáceis de responder.
Nós somos um grupo de jovens que acredita que pode fazer a diferença, mas que pra isso precisa tomar uma atitude, acreditar que pode mudar as coisas e que nós realmente fazemos a diferença.
Esse blog foi feito com a intenção de mostrar, no atual mundo do jovem, a Internet, que ele tem o seu espaço, que ele não é uma pessoa excluída da sociedade.
O blog é formado por um grupo de alunos da turma 82 do curso REDES de Desenvolvimento da Maré, com o apoio do professor Rodrigo Malvar de História.
Esse grupo é formado pelos seguintes alunos :Luan, Victória, Ellen, Tamiris, Iago,Ana Carla e mais alguns alunos nos auxiliando.

Postado por: Victória Oliveira

domingo, agosto 08, 2010

Fala "galerinha" do Blog. Hoje estou postando o link do jornal " Maré de Notícias". É só ficar ligado que lá você poderá ler todas as edições. Boa semana pra vocês.

http://jornalmaredenoticias.blogspot.com/

Postado por: Iago Rodrigues

sexta-feira, agosto 06, 2010

Pessoas Importantes para o U.J.M

Nesse mês de Agosto,trazemos aqui no blog uma entrevista com o professor de História do Curso Praparatório do Redes da Maré e um dos idealizadores da União dos Jovens da Maré e do nosso blog, Rodrigo Malvar. Confira a entrevista.


Como começou trabalhar com jovens ?

Com 18 anos,comecei dar aula de teatro na Ilha do Governador, depois disso não parei mais. Entrei na faculdade de História e comecei a dar aulas mesmo antes de terminar a faculdade, e estou até hoje com os jovens.

O que te fez criar o U.J.M (União dos Jovens da Maré) ?

Eu acho que o U.J.M significou um movimento natural de tudo o que realizamos durante o ano todo, como por exemplo: a mobilização dos alunos do preparatório para discutir a segurança pública na consulta livre no Centro de Artes da Maré, depois os infinitos debates em sala de aula sobre muros, segurança pública, educação bancária, lutas de classes Sociais e outros. Nesse sentido o U.J.M surgiu pela a necessidade de mobilizar os jovens da Maré para discutir o projeto " A Maré que Queremos", já que tínhamos identificado que não existia uma representação da juventude na discussão desse importante projeto.

Você acha é possível alcançar nossos objetivos e dar continuidade ?

Acho. Temos sempre que ter em mente que as situações de injustiças sociais não são naturais, e um dos primeiros passos para a mudança da realidade é a mobilização que una a teoria e a prática ,e é o que o U.J.M está tentando fazer.

O que você acha que esse projeto pode mudar na vida dos jovens ?

Acho que o U.J.M pode primeiramente mudar é a concepção de mundo. Vivemos numa sociedade capitalista com sua visão de mundo consumista provocando exclusão e opressão. O U.J.M pode construir uma visão de mundo contra-hegemónica que favoreça e defenda as camadas populares que vivem aqui na Maré.

O que pretende junto com os jovens para a melhoria da Maré ?

Pretendo ajudá-los na organização desse movimento, depois disso, precisamos juntos com outras redes aqui na Maré, pensarmos em estratégias de mudanças. Atualmente gostaria de estar empenhado na defesa do projeto " A Maré que Queremos".

Por qual motivo saiu de um emprego no qual ganhava mais para um emprego dentro de uma comunidade que ganha menos e trabalha muito mais ?

Satisfação pessoal. Nasci aqui na Maré, no morro do Timbal, minha avó ainda mora aqui na Maré, e com 5 anos de idade fui para a Ilha do Governador. Na faculdade de História, sempre estive envolvido com movimento estudantil e com os intelectuais de esquerda. Quando pintou a oportunidade de trabalho na Redes pensei: " Parece até destino, nasci aqui e agora estou voltando para ser professor". Acho que tenho algum tipo de resgate ou missão para esse lugar. Então tudo que estudei e acredito aplicarei com afinco para ajudar a mudar pelo menos um pouquinho a Maré ".

O que você acha do Cine Preparação ?

Acho que é um espaço muito importante, não só para ampliar nossos debates mais também como momento de lazer e integração fora da sala de aula.

O que você acha das UPPS nas comunidades ? Você acha que a Maré deveria ter uma ? E com ela, a Maré melhoraria ?

Acho que as críticas as UPPS não podem ser consideradas como defesa ao tráfico. Não existem apenas dois lados, o que vimos, lemos e discutimos sobre a atuação das UPPS em favelas cariocas foi que a criminalização ao pobre continuou inalterada. Não queremos que esse modelo se reproduza aqui.

O que você acha do MURO que foi criado na Linha Vermelha ?

Acho um absurdo. Devíamos está construindo "pontes" e não muros! Acho mal gosto e repressivo. É o muro da vergonha! Mas acho que esse muro não irá durar muito tempo. As pessoas são mais fortes, nenhum muro consegue abafar o grito da maioria dos excluídos.

Foi com essas palavras que acabamos a entrevista com nosso idealizador. Foi uma tarde de muita aprendizagem. Adorei fazer a entrevista com ele. Seu modo de ver as coisas de outro jeito é incrível. Continue assim Rodrigo Malvar.

Créditos:
- Ellen Alves
- Victória Oliveira
- Tamiris Neves - Fotos

Reescrito e postado no blog por:
- Ellen Alves