domingo, outubro 31, 2010

Juventude e política


Por Cecília Olliveira

Em sentido horário: Victoria Oliveira, Karlla Rodrigues, Luan Ferreira e Tamiris Neves. Foto: Francisco Cesar – Imagens do Povo

Em sentido horário: Victoria Oliveira, Karlla Rodrigues, Luan Ferreira e Tamiris Neves. Foto: Francisco Cesar – Imagens do Povo

Pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgada recentemente revelou que o número de eleitores brasileiros com idade entre de 16 e 17 anos teve redução pela primeira vez em uma eleição presidencial desde 1998. Dos 135,8 milhões de pessoas que irão votar nas eleições deste ano, 2,39 milhões são jovens entre 16 e 17 anos, que não são obrigados a ir às urnas e representam 1,7% do total de eleitores inscritos no país para as eleições de 3 de outubro. Esse índice é o menor das três últimas eleições.

No Rio de Janeiro, o panorama não é diferente, mas iniciativas como a da União Jovens da Maré (UJM), têm feito a diferença na vida dos participantes, se estendendo por toda a favela. “Somos o próximo futuro. Discutimos lazer, educação, segurança pública”, diz a estudante Tamiris Neves, uma das adolescentes que compõem a UJM, que tem cerca de 30 jovens com idade entre 14 e 16 anos, moradores do conjunto de favelas da Maré e estudantes da rede local de ensino. “Eles tem necessidade de fazer algo mais. Não querem ficar só na teoria. Eles pensam: ‘O que podemos fazer pra mudar?’”, explica Rodrigo Malvar, professor de História do Curso Preparatório da Redes de desenvolvimento da Maré e um dos idealizadores da União dos Jovens da Maré.

A UJM nasceu num movimento espontâneo a partir das discussões feitas em sala de aula, a principio, sobre as políticas de segurança pública como preparação para a participação dos alunos em uma consulta livre, como parte do ciclo de reuniões que compôs as etapas preparatórias para a 1ª Conseg , realizada no Centro de Artes da Maré. Assuntos como os muros, educação, lutas de classes sociais também foram entrando na pauta. Hoje a mobilização é voltada para o projeto “A Maré que Queremos”, onde o grupo representa a juventude nas discussões. “Não queremos só discutir em sala de aula. Queremos passar o que ouvimos e falamos para o nosso espaço”, diz a jovem Victoria Oliveira.

O “Maré que Queremos” articulado pela Redes, tem o objetivo de elaborar um projeto estruturante para o bairro e será discutido com a Prefeitura e governo do Estado. Ele será a base para uma discussão mais ampla na região com o intuito de mobilizar os moradores para um processo de transformação do bairro num local como qualquer outro bairro da cidade, com qualidade de vida e direitos respeitados.


fonte: http://prvl.org.br/noticias/juventude-e-politica/
Manifesto dos professores universitários pelo Voto Nulo







• Nesta eleição a direita – entendida como a representação da grande burguesia –não está representada apenas por Serra, mas também por Dilma. No Brasil, as grandes empresas estão divididas nas eleições. Um setor apóia Serra, o que é mais do que evidente nas empresas de TV e nos principais jornais. Mas a maioria do grande capital, no entanto, que inclui os banqueiros, as multinacionais, os governos imperialistas, apóia política e financeiramente as duas campanhas.

As duas são financiadas pela grande burguesia. A campanha de Dilma arrecadou bem mais que a de Serra, até agora. O dólar se manteve estável nas eleições, estando abaixo de R$ 1,70. Todos nos lembramos do dólar perto dos R$ 4 nas vésperas das eleições de 2002, quando a burguesia ainda temia o que podia ser o governo Lula. Agora o grande capital confia no PSDB... e no PT.

Votar Dilma ou Serra é manter o plano econômico neoliberal aplicado por FHC e continuado por Lula. É manter bloqueada a reforma agrária, como aconteceu no governo FHC e também no de Lula. É aceitar a ocupação militar do Haiti defendida por Dilma e Serra.
Votar em Serra seria votar junto com FHC, Cesar Maia, Yeda Crusius, velhas figuras da direita desse país. Votar em Dilma seria votar junto com Maluf, Collor, Sarney, Jader Barbalho, outras velhas figuras da mesma direita.

Não existe um “mal menor” nesse segundo turno. Votar em Dilma ou Serra vai fortalecer um deles para atacar com mais força os direitos dos trabalhadores. Um governo do PSDB ou do PT vai atacar duramente os trabalhadores quando a crise econômica internacional chegar novamente ao Brasil. Tanto um como outro já anunciaram sua disposição de aumentar a idade mínima para a aposentadoria. Cada voto dado em Dilma ou Serra é uma força a mais que eles terão para aplicar uma nova reforma da Previdência.

Cada voto dado em Dilma ou em Serra ampliará a força do novo governo eleito para atacar os trabalhadores. Não se pode esquecer a crise econômica internacional que se avizinha. Não é por acaso que tanto Dilma quanto Serra já manifestaram que vão implementar uma nova reforma da Previdência assim que eleitos.

Cada voto nulo nesse segundo turno significará menos força para o governo eleito. Foi impossível para a luta dos trabalhadores nessa conjuntura romper a falsa polarização eleitoral entre as duas candidaturas. Mas é necessário expressar nossa rejeição às duas alternativas patronais em disputa. Não serão eleitos em nosso nome.

Assinam esse manifesto:

1. Abraão Penha (DCET-I/UNEB)
2. Alessandro de Melo (Universidade Estadual do Centro-Oeste)
3. Alvaro Bianchi (IFCH/Unicamp)
4. Angela Santana do Amaral (UFPE)
5. Anita Handfas (UFRJ)
6. Antonio Rodrigues Belon (CPTL/UFMS)
7. Carlos Zacarias de Sena Júnior (FFCH/UFBA)
8. Cecília de Paula (FACED/ UFBA)
9. Claudia Durans (UFMA)
10. Cristiano Monteiro (Unianchieta-SP)
11. Cristina Paniago (UFAL)
12. Daniel Romero (IFBA)
13. Danilo Enrico Martuscelli (UFFS/Campus Chapecó)
14. Deribaldo Santos (FECLEC-UECE)
15. Edmundo Fernandes Dias (professor aposentado IFCH/Unicamp)
16. Elizandra Garcia da Silva (ICSZ/UFAM)
17. Fábio José C. de Queiroz (URCA)
18. Fernando Frota Dillenburg
19. Flavio Bezerra de Farias (UFMA)
20. Francisco Augusto Silva Nobre (DF-URCA/CE)
21. Francisco Mata Machado Tavares (UFFS/Campus Chapecó)
22. Frederico Costa (FACEDI/UECE)
23. Geraldo do Nascimento Carvalho (UFPI/Campus Floriano)
24. Gonzalo Rojas (UACS/UFCG)
25. Hajime Takeuchi Nozaki (UFMS/Campus Três Lagoas)
26. Hector Benoit (IFCH/Unicamp)
27. Henrique Carneiro (FFLCH/USP)
28. Itamar Ferreira (FEM/Unicamp)
29. Ivo Tonet (UFAL)
30. Jadir Antunes (Unioeste)
31. José Antônio Martins (UFSC)
32. José Gonçalves de Araújo Filho (DEPRO-URCA/CE)
33. José dos Santos Souza (UFRRJ)
34. José Vitório Zago (professor aposentado –IMECC/UNICAMP)
35. Joselito Almeida (DEDC-II/UNEB)
36. Lelita Oliveira Benoit (CUSC/SP)
37. Lorene Figueiredo (Educação/UFF)
38. Luiz Fernando da Silva (Unesp/Bauru)
39. Marcelo dalla Vecchia (Universidade Federal de São João del-Rei/MG)
40. Marcelo Barreto Cavalcanti (CE/UFPE)
41. Márcio Naves (IFCH/Unicamp)
42. Maria Amélia Ferracciú Pagotto (rede particular de ensino superior)
43. Maria Cecília de Paula Silva (FACED/UFBA)
44. Maria Cecília Garcia (professora aposentada Mackenzie)
45. Maria Celma Borges (UFMS-Campus de Três Lagoas)
46. Maria Norma Alcântara Brandão de Holanda (UFAL)
47. Menandro Ramos (FACED/UFBA)
48. Nelson Prado Alves Pinto (IE/Unicamp)
49. Patrícia Maia (Unisa)
50. Paulo-Edgar Almeida Resende (PUCSP)
51. Raquel Dias Araujo (CED/UECE)
52. Roberto della Santa (CeCa/UEL)
53. Rodrigo Dantas (UnB)
54. Rodrigo Duarte Fernandes dos Passos (UFPI)
55. Rodrigo Ricupero (FFLCH/USP)
56. Ruy Braga (FFLCH/USP)
57. Sílvio Camargo (IFCH/Unicamp)
58. Valério Arcary (CEFET/SP)
59. Vitor Wagner Neto de Oliveira (CPTL/UFMS)
60. Zuleide Fernandes de Queiroz (URCA)


[ 25/10/2010 13:26:00 ]

BRASIL DE FATO E O APOIO A DILMA

José Arbex Jr. renuncia a conselho do Brasil de Fato

Leia a carta de José Arbex Jr., em que renuncia ao conselho editorial do Brasil de Fato:

“Car@s

Acabo de ler a versão virtual da tiragem especial sobre eleições.

Tenho dois comentários e algumas considerações:

1. Tecnicamente, o jornal atingiu o auge. A apresentação está tecnicamente perfeita, bonita, agradável, acessível.

2. Politicamente, o jornal também atingiu o auge, no sentido de ter chegado a um limite: não se trata mais de um jornal, mas sim de um panfleto especial sobre as eleições. Para mim, isso significa a morte do jornal Brasil de Fato e o nascimento oficial de mais um órgão chapa branca. Um órgão tecnicamente perfeito, mas politicamente subordinado ao lulismo.

Sem entrar no mérito das posições, é conhecido o fato de que vários setores da esquerda não apoiam a candidatura Dilma, embora sejam contrários à candidatura Serra. Plínio de Arruda Sampaio, por exemplo, acaba de lançar um manifesto propondo o voto nulo. Eu mesmo me manifestei contrário ao apoio a Dilma, embora não tenha defendido o voto nulo. E a posição dos companheiros da Refundação Comunista é favorável ao voto em Dilma, mas com todos os “mas”, “senões” e “talvez” que desaparecem da edição especial: o lema da Refundação, se não estou enganado, é: “derrotar Serra nas urnas e a Dilma nas ruas”, o que está longe de transformar Dilma em ícone da redenção nacional (coisa que a edição especial faz, na pratica, sem o menor pudor).

O jornal Brasil de Fato, obviamente, só considera digna de publicação no especial sobre as eleições a posição que apoia explicitamente a candidatura Dilma. O jornal Brasil de Fato, ao fazê-lo, pratica a mesma operação que Altamiro Borges corretamente critica na própria edição especial, só que inverte o sinal: o Brasil de Fato se torna um palanque para a Dilma, precisamente como a “grande mídia” é um palanque de Serra. Pior ainda: ao considerar legítima e merecedora de publicação apenas uma determinada posição, descartando liminarmente todas as outras que existem no interior do Conselho Editorial, o jornal passa a impressão pública (exposta em 2 milhões de exemplares) de que há uma unanimidade no interior do conselho: trata-se de uma prática sórdida e bem conhecida, consagrada na época que um certo Josef comandava o regime de terror na URSS.

Diante disso, minha posição na Conselho Editorial se torna insustentável. Sei que ocorreu algo semelhante em 2006, mas voltei a integrar o jornal, na época, por considerar que o MST era muito maior, muito mais importante, muito mais vital do que eventuais divergências. Só que a situação agora é qualitativamente nova. O jornal Brasil de Fato transformou-se num planfletão lulista, e isso marca – na minha opinião, obviamente – reflexo de um processo de desmantelamento histórico do MST e de ruptura de uma boa parte da esquerda com sua própria história e princípios éticos. Trata-se de uma debandada tão grande e imunda que permite, entre outras coisas, que lideranças da “esquerda” declarem sem ruborizar o seu apoio ao agronegócio, à aliança com os neocompanheiros José Sarney e Michel Temer e o acobertamento cúmplice e conivente de manobras sórdidas nos corredores palacianos.

Já abordei várias vezes esse tema em reunião do Conselho Editorial e nunca fui levado suficientemente a sério. O MST, que era – sempre na minha opinião – o último grande bastião de resistência à cooptação oficial, está claramente sendo triturado pela máquina do Estado terrorista brasileiro, agora operada pelo lulismo. E tudo em nome do… “combate à direita”! A frase “Dilma não é o governo dos nossos sonhos, mas Serra é o governo de nossos pesadelos”, que consagra a posição editorial assumida pelo jornal, pode ser um bom achado de marketing, um ótimo recurso de oratória, uma bela saída para escapar de um dilema político. Mas se o critério for a boa oratória, que se convoque então Carlos Lacerda. Ele tem ótimas lições a dar nesse campo.

Não vou ser cúmplice disso. Nesse mesmo sentido – e embora não seja essa lista o palco para esse debate – coloco em questão a legitimidade de minha permanência à frente da Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes (e por isso envio esta carta com cópia à diretoria da AAENFF, a quem peço que remete ao conjunto de seus associados). Encaminho também a algumas outras listas, para que se marque publicamente a minha ruptura com esse trágico desfecho.

Aos vencedores, as batatas.

Abs,
José Arbex Jr.”

quinta-feira, outubro 28, 2010

Visita ao Acampamento Marli Pereira da Silva

No dia 2 de outubro,visitamos o acampamento do MST. Nosso dia foi bastante educativo, tanto para nóis,como para eles que vivem no local.
Na chegada formos muito bem recebidos e nos encaminharam a um sala,onde geralmente, eles fazem as reuniões do acampamento,para uma conversa com uma das diretos e conhecimento do local.
Nessa conversa podemos tirar as nossas dúvidas e ela também pode conheçer um pouco mais sobre nóis e ouvimos a história de como surgiu o Marli Pereira da Silva, o nome do acampamento,escolhido por todos os moradores do local.
Depois do almoço assistimos ao um filme sobre o MST e debatemos, como fazemos em nossos Cine Preparação.
Nossa visita ao acampamento, foi um lugar onde podemos desfrutar de muito conhecimento e cultura. O MST não é isso que a média capitalista fala e sim uma lição de vida.
Queria terminar a postagem com uma de um dos diretos do local,que comoveu todos nóis que estavámos lá : "Eu tenho sangue de Marli Pereira da Silva, todos você que vieram aqui também tem sangue de Marli Pereira da Silva."



Texto & postado por: Ellen Alves

quinta-feira, outubro 21, 2010

como esquecer?

é preciso esquecer
que um dia a vida te torturou, te privou de tudo
te humilhou, te reduziu a tão pouco por tão pouco

É preciso esquecer
que os dias foram longos, pareciam eternos
e apesar de prisioneiro, compreendia a liberdade

É preciso esquecer
as noites escuras, os dias negros
e que a paz não vestia branco...estava nua

É preciso esquecer
que apanhamos tanto, que morremos muito
e sumimos demais

É precio esquecer
que lutamos, que enfrentamos, que gritamos
nas ruas, nas greves, nas celas e paus-de-araras

É preciso esquecer
daquele país, daquela bandeira, daquele hino

Mas como esquecer
Se as marcas ainda estão no corpo, na alma
Se as feridas continuam abertas em toda memória
e o meu corpo ainda estremece e se arrepia chocado
Quando hoje alguém corajosamente afirma
que a ditadura foi importante e que deveria voltar
para terminar o serviço...

(ERNESTO MALVAR, poema dedicado ao UJM. Um novo mundo é possível)